sexta-feira, 23 de maio de 2008

ESPORTES - Estádio de futebol interditado cede lugar a um esporte radical, o ‘Wheelie’

Adriano Valenga Carneiro

Motos, manobras radicais e muita adrenalina. Esses são alguns dos ingredientes do “wheelie”, esporte que tomou conta do estacionamento do estádio Pinheirão – interditado há cerca de um ano – em Curitiba, área antes destinada aos torcedores de futebol.

O “wheelie”, nome dado pelos motociclistas, é praticado no Pinheirão, legalmente, há cerca de três anos. De acordo com o segundo sargento Ronivaldo Brites Pires, da Polícia Militar do Paraná (PMPR), fazer manobras em locais particulares não infringe nenhuma das leis de trânsito. “Muitos dos motociclistas que praticam estas manobras no estacionamento do Pinheirão modificam as motos, aumentam a potência dos motores, aliviam o peso da carenagem, colocam barras de proteção. As alterações do veículo, bem como as manobras, são liberadas, contanto que não usem essas motos com esta finalidade nas vias públicas. Caso saiam da área do estádio, infringem o artigo 230 (alteração das características originais do veículo sem a devida autorização) do código de trânsito brasileiro.”
Os pilotos, como gostam de ser chamados, reúnem-se principalmente aos finais de semana, para fazer manobras, trocarem experiências e rever os amigos. Eraldo Lima Damasceno, 26, é motoboy há oito anos, e pratica wheelie há cerca de um ano e meio. Ele, na equipe da qual faz parte - a 90 graus - procura treinar e fazer suas manobras todos os finais de semana. “Usamos o Pinheirão aos sábados à tarde e domingo o dia inteiro. O cansaço é o limite.” Damasceno ressalta que, por muitas vezes, fica apenas como expectador, pois é grande o numero de pessoas inexperientes que fazem uso da área. Comenta, também, que o público em geral não vê o wheelie como esporte, mas sim como “bagunça”, e culpa aqueles que infringem as leis de trânsito por não terem o devido reconhecimento da comunidade. “Muita gente vem pra cá no final de semana, mas poucos têm habilidade, motos preparadas e principalmente consciência para fazer as manobras. A permissão para usar este espaço não é para criar coragem para fazer manobras nas ruas, mas para que todos entendam de uma vez que a rua é local de trabalho, e não diversão.”

O uso de capacete é “lei” entre os freqüentadores. Já aqueles que vêem o wheelie como esporte, não resumem a segurança pessoal apenas ao capacete. Damasceno usa joelheiras, calça especial, cotoveleiras, além de outros itens acrescentados à sua moto, como barras de proteção do motor, pneus especiais, e “raspadeira” traseira, a fim de evitar que a moto tombe para trás. “Vários empinam a moto, mas poucos praticam verdadeiramente o esporte e levam o wheelie a sério”, comenta.
Tito Mori, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Condutores de Veículos Motonetas, Motocicletas e Similares de Curitiba e Região Metropolitana (Sintramotos), apóia a prática do motociclismo como esporte, porém não aprova o wheelie. “É uma forma do pessoal extravasar toda a tensão, estresse acumulados durante os dias de trabalho, apesar de ser muito perigoso. Acho legal eles poderem utilizar o estacionamento do estádio, entre outros espaços destinados a esta atividade, mas não gosto nem um pouco do fato de muitos deles usarem as ruas com esta finalidade. Além de se arriscarem, colocam a vida de outros em perigo.” Mori confirma a intenção do sindicato em promover um evento oficial, com infra-estrutura e segurança adequadas, porém o projeto ainda está em estudo. “Temos a intenção de fazer um evento oficial, mas antes gostaríamos de promover cursos e treinamentos entre os motoboys.”

Um comentário:

pierre disse...

Nossa adorei, eu nao conhecia esse tipo de esporte radical muito bom e que bom que tem gente que faz dentro da lei, e nao como aqueles inrresponsaveis que fazem pegas por ai...

essa materia é muito boa parabéns adorei.
vlw